segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Mistérios...


... o fascínio nasce é do não poder entender. A paixão, o encanto é a ausência de palavras, é a vida revestida de silêncio e transbordando de insinuações.
O amor sobrevive é no mistério, no desvelamento cotidiano que nunca chega à plenitude, porque tudo o que já está pleno, já está pronto.
O amor só é amor porque é inacabado; é metade que clama, implora e pede clemência. Amar é uma interessante e bonita forma de carecer, de ser fraco, de entregar os pontos, de viver sem armas, como se por um instante, só por um instante, a luta que marca a nossa sobrevivência tivesse entrado em estado de trégua.

O encanto que sobrevive no amor só pode durar enquanto se estenderem os segredos que sacralizam a relação.
É sacral, exige reverência. E por isso é necessário retirar as sandálias dos pés, pisar com leveza, olhar com cuidado. O amor é amigo do silêncio. Sobrevive no querer dizer, na tentativa frustada de verbalizar o que é a crença da alma, o sustento do espírito.

A saudade é benéfica ao amor. Distantes, os amantes mensuram o tamanho do bem-querer. Medida que se descobre nos desconcertos da ausência, no engasgo constante da recordação, recurso que faz voltar no tempo, engana as horas, aproxima as peles, diminui as estradas, ancora os navios, pousa os aviões, faz chegar os ausentes...


(Extraído do livro "Mulheres de aço e de flores" do Pe. Fábio de Melo.)

domingo, 14 de fevereiro de 2010

...


Aqui estou! Peço desculpas aos leitores do blog pela ausência.
Há tempos não escrevia (diga-se de passagem, que escrever, é delícia para o meu coração). Mudanças, reorganizaçao da vida, nuances de recomeço...
" Sera que eu ja posso enlouquecer? Ou devo apenas sorrir?"
Hoje me aproprio da poesia desta música da Pitty, para falar sobre leitura. Não sobre as decodificações das letras, ou a interpretaçao dos textos, mas sobre a leitura de mundo, a leitura de vida. Jesus já dizia que olhar não é a mesma coisa que ver. Aprender a ver através das formas, das cores, da brisa suave, o inaudito. Saber ver na simplicidade do cotidiano, os recados do céu. No chão grafitado, na bolha de sabão, na folha que palidamente balança, no sol que se põe...tudo evoca a presença de Deus que nos fala ao coração. Caminhos que se descortinam, mas somente para aqueles que conseguem erguer a cabeça e olhar o horizonte....