Eu sempre achei que o amor, que o grande amor, fosse
incondicional.
Que quando duas pessoas se encontram, quando este Encontro
acontece, pode trair, brochar, azar, todas as porradas…
Sendo o grande amor,
ele voltará triunfal, sempre.
Mas não, nenhum amor é incondicional.
Então,
acreditar na incondicionalidade é decididamente precipitar o fim do amor.
Porque você acha que esse amor aguenta tudo, então de um jeito ou de outro você
acaba fazendo esse amor passar por tudo…
E um amor não aguenta tudo. Nada nessa
vida é assim.
Daí você fala que esse amor não tem fim, para que o fim então
comece.
Um grande amor não é possível – e talvez por isso é que seja grande.
Assim, nele obrigatoriamente cabe, tem de caber também o impossível.
Mas quem
acredita? Quem acredita no impossível?
Se não apaixonadamente? Como a um Deus,
incondicionalmente?
(André Newmann)
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